domingo, 30 de setembro de 2012

Recriando o Universo

Os cientistas do Centro Europeu para a Pesquisa Nuclear (Cern) conseguiram pela primeira vez nesta terça-feira, 30, colidir feixes de prótons dentro do Grande Colisor de Hádrons (LHC, na sigla em inglês) a uma energia de 7 Tev (trilhões de eletronvolts), recriando uma situação similar a dos instantes posteriores do 'Big Bang', o início do Universo há 13,7 bilhões de anos. O resultado, que se obteve após de duas tentativas frustradas, abre portas para uma nova fase da física moderna, pois permitirá dar respostas a diversas incógnitas do Universo e da matéria, segundo os cientistas do Cern. Poucos minutos depois das 13h00 de Genebra (08h00 de Brasília), os quatro detectores gigantes do acelerador de partículas Cern, espalhados em pontos distintos do túnel de 27 km de extensão que forma o superacelerador, registraram os choques dos feixes de partículas lançados em direções opostas. O diretor-geral do Cern, Rolf Heure, expressou muita alegria e excitação com o que classificou de "início de uma nova era para a física moderna", em declaração transmitida por videoconferência do Japão, onde está de passagem. "Esta experiência abre um horizonte para obtermos novos conhecimentos do Universo e dos microcosmos, porém isso não será imediato", afirmou Heure. A satisfação dos cientistas nas salas de controle do Cern era notável. "É impressionante que o detector tenha conseguido ver as colisões. Sabíamos que era possível registrá-las, mas ver é algo magnífico. Agora o que nos preocupa é se o acelerador continuará funcionando corretamente, o que vamos verificar nos próximos dias", disse o cientista espanhol Juan Alcaraz, do Centro de Pesquisa Interdisciplinar Avançada em Ciências dos Materiais (Cimat, da sigla em espanhol), e um dos coordenadores do detector CMS do LHC. "Após a criação do 'mini Big Bang', vamos analisar os dados e informações obtidos na experiência."

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